08 janeiro 2013
Over and over and over again, no telefone, no computador, na cabeça.
No início de dezembro pensava como seria dali a algum tempo, quando os cheiros, os da cidade e o meu já fossem um só.
Hoje estava sol e calorzinho. E como é preciso tão pouco para a felicidade vir cá ter.
Caminhada entre o blue room e a creperie.
A música só num ouvido, para não dar cabo da operação de julho.
Compro um colar na avenida.
Entro numa loja na rua do ouro e experimento um turbante.
Ele é lindo, em mim não.
Atravesso na passadeira e cruzo-me com uma senhora com um igualzinho. E que lhe ficava mesmo bem, com os cabelinhos brancos.
O senhor sikh da minha rua, que faz os carregamentos de telefone e que é parecido com o Sandokan, também usa turbante e tem a barba sempre aparada e penteada e usa uns anéis, que me explicou serem parte do batismo sikh.
09 de janeiro 2013
Continuo pela rua fora. Sol e musiquetas. Que vontade de dançar caneco.
Olho para o lado esquerdo e atrás de uma vedação vejo, provavelmente o homem mais bonito que vi nos últimos anos. E por momentos estive naquele slowmotion, como o do videoclip da Madonna, que me fez crescer a achar que quando nos apaixonamos a velocidade do tempo sofre uma redução, para o sainete da emoção.
Penso às vezes no La Haine e no Jusqu’ici tout va bien.
Depois do trabalho e do mundo em francês, volto ao texto e às imagens da boca com o Alexandre.
Havia de beber menos café.